Escrito por: Marketing Balaska
Guarulhos, 12 de novembro de 2024
A saúde masculina ainda carrega um grande estigma. Embora a sociedade tenha avançado em muitos aspectos, a cultura em torno da masculinidade tradicional ainda impõe uma visão de que os homens devem ser resistentes e evitar demonstrar qualquer vulnerabilidade. Essa mentalidade impede muitos homens de buscar ajuda médica, seja para questões físicas ou emocionais, e tem consequências significativas para a saúde e a qualidade de vida de milhões de pessoas.
Desde pequenos, muitos meninos são ensinados a ignorar sinais de dor e a esconder o que sentem, como uma forma de provar sua força. Esse condicionamento cultural leva, na vida adulta, a uma resistência em procurar atendimento médico e a um silêncio perigoso sobre questões emocionais. Dados mostram que os homens, em média, vivem menos do que as mulheres, em parte por essa relutância em adotar uma rotina de cuidados preventivos. Doenças que poderiam ser tratadas no início acabam se agravando, pois muitos homens só buscam atendimento quando os sintomas já estão avançados.
Imagem: Freepik
Um exemplo notável é o câncer de próstata, o segundo tipo de câncer mais comum entre homens no Brasil. Embora o exame de próstata seja uma medida simples e eficaz para identificar a doença em estágio inicial, o medo do desconforto e o estigma em torno do exame ainda afastam muitos homens. Além do câncer de próstata, problemas como hipertensão, colesterol alto e doenças cardíacas frequentemente passam despercebidos ou não recebem o acompanhamento necessário. A prevenção é deixada de lado, e o conceito de autocuidado ainda é visto como algo secundário ou até mesmo “desnecessário”.
A saúde mental também é uma área na qual os homens enfrentam desafios específicos. A pressão para serem emocionalmente fortes faz com que muitos não compartilhem suas dificuldades, resultando em altas taxas de depressão e ansiedade entre eles. O tabu em torno da vulnerabilidade masculina contribui para o agravamento dessas condições, uma vez que a maioria hesita em procurar ajuda psicológica ou terapêutica. Essa resistência ao cuidado mental tem impacto em diversas áreas da vida, comprometendo relacionamentos e, muitas vezes, levando a quadros mais graves, como o suicídio, que afeta homens em uma taxa muito mais alta que as mulheres.
As empresas e as instituições de saúde desempenham um papel fundamental em combater essa estigmatização, promovendo iniciativas que incentivem o cuidado masculino e tornem a busca por ajuda algo natural e acessível. A criação de ambientes seguros onde os homens possam compartilhar seus desafios e ter acesso a recursos para melhorar sua saúde física e mental é essencial para mudar esse cenário.
Desconstruir o estigma em torno da saúde masculina é mais do que incentivar exames e consultas. Trata-se de abrir espaço para que os homens entendam que cuidar de si não é sinal de fraqueza, mas de responsabilidade. É fundamental que cada um sinta que pode procurar ajuda, sem o medo de julgamentos ou do rótulo de fragilidade.
A transformação começa com pequenas ações: conversas honestas, incentivo ao autocuidado e, principalmente, apoio e acolhimento, para que os homens vivam de forma mais saudável, equilibrada e plena.
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